19 de fev. de 2020

Expedição Estrada Real: Nossa Parada para as férias

Chegamos a Zona da mata mineira no dia 28 de Dezembro por volta das 5 horas da manhã...Uma parada na primeira fazenda para filar aquele cafezinho que foi plantado, colhido e seco ali no quintal da casa, essas casas lindas e avarandadas com imensos terreiros e plantações do legitimo café de montanha que são característicos dessa região próximo ao Espirito Santo.

Chegamos em "Terra Seca" - Durandé, junto com o dia clareando, nosso quartinho já estava arrumado e a Dª Guilhermina no quintal, impaciente...1 ano inteiro de espera.
O Nosso tempo aqui é de descanso, sem sinal de celular, sem se preocupar com as horas...apreciando o tempo de pausa.



 As cadeias de montanhas ao fundo são a divisa com o Estado do Espirito Santo








 Jardim de Rosas ao lado do Terreirão de Café




Uma passadinha de sempre na Pedra Redonda em São José do Mantimento - 804 metros de altitude



 Pescarias






Cerveja Gelada
 ...e vida boa


Vista Panorâmica de Terra Seca


11 dias neste lugar tranquilo é tempo suficiente para o descanso merecido né...tempo para que a gente já começasse a planejar a volta para casa: Voltamos direto ou voltamos com aventura??? com aventura é claro, já que estamos tão longe, borá aproveitar.


Lá vamos nós recorrer ao Google como sempre, procurar outras trilhas. Eu sempre tive o desejo de conhecer Paraty no Rio de Janeiro, o porto de Paraty era o ponto final para o desembarque de mercadorias vindas da Europa e ponto inicial para o carregamento do ouro que vinha das Minas Gerais pelos caminhos da Estrada Real com destino a Europa.
...Pronto, estava decidido nossa nova rota.
...e Pé na Estrada Novamente
Quadro Pintado no Restaurante Laranja's Bar em Trindade

Expedição Estrada Real: de São Tomé das Letras a Ouro Preto

No dia 27 de Dezembro de 2019 após nossa visita a Ladeira do amendoim, deixamos São Tomé rumo a Ouro Preto, como de costume colocamos a localização no Google e lá vamos nós...que seria dos viajantes Mochileiros sem o GPS né!
Andamos alguns quilômetros e logo após a cidade de São Bento Abade, o GPS nos mandou para uma estrada de chão, rodamos por vários quilômetros entre as plantações de café até que o GPS pifou de vez, perdemos o sinal no meio do nada...imagina a sensação de estar no meio do nada, milhas longe de casa e sem saber por qual caminho seguir entre as plantações, o melhor a fazer sentar e esperar, graças a Deus depois de um tempo avistamos uma "ruralzinha" vindo pelo meio da plantação e pedimos ajuda, prontamente um Senhorzinho mineiro nos guiou até a Rodovia Fernão Dias, onde pudemos voltar a estrada principal, não sem antes ter comido poeira pra seguir a "ruralzinha" pelas estradas de terra.
Para o nosso alivio voltamos para a estrada principal e o nosso GPS voltou a funcionar, seguimos a diante até a cidade de Ouro Branco, de volta ao Trajeto da Estrada Real.


Considerado o marco inicial da Cadeia do Espinhaço, a serra do Ouro Branco é uma das maiores atrações do Patrimônio Histórico, próxima a Ouro Preto, cidade da qual foi distrito até 1953, a cidade faz parte da Estrada Real e guarda riquezas históricas do Brasil Colonial. 
Seguimos adiante, margeando a imponente Serra de Ouro Branco. Conta-se que os índios foram os primeiros a delimitar essas estradas velhas que cortam o interior mineiro, através dos vales e montanhas se deslocando de uma região para outra...a estrada segue ao lado do caminho velho aberto por esses índios.





 Uma paradinha para descansar a beira da Estrada, próximo ao Parque Nacional do Itatiaia na Serra da Mantiqueira, pena que o cansaço era muito e o tempo escasso, não pudemos adentrar ao parque, só observamos de longe.
A descida até Ouro Preto de cara já dá um friozinho na barriga: a estrada de acesso a cidade é estreita e margeia as encostas protegida apenas por uma muretinha entre o morro e o despenhadeiro, dá pra ver lá em baixo a cidade se formando, uma joia antiga encrustada na paisagem.
Essa fotos foram a minha primeira vista da cidade: coração cheio de alegria e gratidão

A melhor descrição que pude encontrar ao chegar:"Enquanto o carro percorre a sinuosa estrada que leva até Ouro Preto, os olhos dos viajantes seguem atentos à incrível Serra do Espinhaço. O sobe e desce das montanhas anuncia o lindo e bucólico cenário que envolve a antiga cidade de Vila Rica. Entre as paisagens naturais do Pico do Itacolomi e as igrejas barrocas do século XVIII, a luz do sol encontra espaço e ilumina os casarões coloniais que tomam conta das ladeiras de Ouro Preto. O lugar, que já foi palco da incessante corrida em busca de ouro e intenso trabalho escravo, hoje resguarda parte importante da história do Brasil e recebe milhares de visitantes em busca de algumas das mais belas atrações turísticas de Minas Gerais e do país". - Guia Melhores destinos.
Essa rua íngreme com essa fileira imensa de casarões arrasta a nossa memoria ao passado, é como aquelas novelas antigas do nossa infância.
Eu fiz uma pequena parada antes da foto, silenciei tudo o meu redor e guardei cada detalhe na memoria.






O Pôr do Sol no alto da Igreja das Mercês é indescritível...por mais que eu tente escrever, não é possível captar esse momento em palavras.















Protegida como Patrimônio Mundial da UNESCO, Ouro Preto é uma cidade colonial na Serra do Espinhaço, na zona leste do Brasil. É conhecida pela arquitetura barroca, que inclui pontes, fontes e praças, e pelas ruas de pedras íngremes e sinuosas. Em meio às muitas igrejas, casarões e sobrados de arquitetura colonial, obras de alguns dos mais expressivos nomes da arte nacional — como Aleijadinho e Mestre Ataíde — A cidade ensina a todo momento como foi construído o país. 



Museu da Inconfidência é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares, é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII (seculo 18 - de 1701 a 1800).









A Igreja Nossa Senhora do Carmo fica ao lado do Museu da Inconfidência, de arquitetura inigualável é impossível não ficar maravilhado com a perfeição de suas obras. Construção de 1766, concluída em 1772. Projeto de Manuel Francisco Lisboa, posteriormente modificado por seu filho Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.






 
Ouro Preto vista pela Janela da Igreja Nossa Senhora do Carmo

Pôr do Sol em Ouro Preto - Vista da Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia


Depois de andar o dia todo, conhecer as ruas de pedra com casarões imponentes, lojas de pedras preciosas brasileiras que encantam os olhos como se tivéssemos voltado no tempo...anoiteceu em Ouro Preto. Nosso tempo foi curto, apenas um dia para tanto conhecimento, deixou em nós a certeza de voltar em breve para continuar essa viagem ao passado.
Deixamos a cidade encantados e contagiados por sua beleza, mas não sem antes passar por algum perrengue: primeiro pegamos um congestionamento por causa de alguma emergência, como as ruas são minusculas, ficou tudo parado, não dava nem para seguir nem para voltar, até que a emergência fosse resolvida. 
Depois tivemos problemas com combustível, pesquisamos pelo google um posto para abastecimento e só nos mostrou um bem precário tipo aqueles de filme abandonado, abastecemos mesmo assim, melhor gasolina ruim do que tanque vazio né, pois é "péssima decisão" era pura água, pegamos a estrada madrugada a dentro, carro sentindo o combustível ruim e a gente rezando para não dar nenhum problema mais grave.
Lá pela madrugada, entregues ao cansaço paramos para dormir em um posto na beira da estrada...vocês não fazem ideia do quanto um banho quente e algumas horinhas de sono, mesmo no aperto do carro (nosso Tatuzinho como carinhosamente é chamado) podem fazer milagres.
Acordamos renovados e pé na estrada rumo a Manhuaçu - próxima parada: casa da família para enfim aproveitar nossos 10 dias de férias.